Lá vem ela, sorridente como sempre. É inocente apenas por tentar buscar a felicidade nos pormenores mais simples. No meu jardim, ela colhe flores que ninguém plantou, que brotaram selvagens da terra húmida, mas coitada da inocente, que nem realizou que nada é ao acaso, que tudo deixei lá para ela.
Lá vai ela, sorridente como sempre. Leva no seu regaço as flores do meu jardim; vai vendê-las a um outro que eu não sei mais quem é, nem para o qual está virado o meu interesse. Sinto em mim uma estranha ganância de não ser eu para ser feliz, de ser o comprador das flores.
Lá está ela, sorridente como sempre.Vende as flores a esse outro, pergunta quais mais gosta. Esboça um sorriso e espera que seja a ela, um dia, a receber as flores. Mas de tão simples que é, esqueceu-se do grande pormenor - todas as flores do meu jardim são para ela.
Lá fica ela, sorridente como sempre. Inocente, não entendeu que tudo não passou de uma estranha analogia entre o meu coração e a sua inocência pura.
E eu não fui, não vim, não estive, não fiquei, apenas esperei. As flores voltarão a nascer no meu jardim, selvagens como sempre.
E eu não fui, não vim, não estive, não fiquei, apenas esperei. As flores voltarão a nascer no meu jardim, selvagens como sempre.
Sem comentários:
Enviar um comentário