Encontro-me contigo.
- Continuas igual, não mudaste em nada. Continuas a ter o sorriso pelo qual me apaixonei.
- O sorriso mudou, e eu também. Afinal de contas já passou um ano.
- Mas nada mudou. Continuo a ver o mesmo louco, que sempre vi.
- De santo a louco, todos temos um pouco.
- Nem o feitio mudou, continuas a ter resposta para tudo.
- O feitio não... Sabes que isso não se muda, revela-se apenas.
- Penso que o teu feitio já foi revelado.
- Para ti, não foi só o feitio que foi revelado. Fui também eu.
- Queres mesmo falar sobre isso?
- Talvez seja melhor não. As saudades podem falar mais alto.
- Foges aos assuntos duma forma que me leva a pensar que os queres continuar.
- Sempre gostei de te deixar na dúvida.
- De ti nunca duvidei.
- E do meu amor por ti?
- Desse também nunca duvidei, apenas o tentei esquecer...
- Tentaste? Não percebi o "tentei". Isso quer dizer que conseguiste fazê-lo?
- Esquecer-te? Acho que é impossivel. Apenas passei por cima do acontecido, do passado.
- Faço parte do passado? É isso que dizes?
- Não, apenas olho para trás e vejo-te, sempre.
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