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08/02/11

Wish you are here

«Não te lembras. Não te lembras de mim, é certo. Sei-o. Sinto-o. Depois deste nosso emaranho de vidas cruzadas e convergentes é a única conclusão a que consigo chegar. Olhamos nos olhos um do outro e fintámos o destino em palavras que nem às paredes podemos confessar. Mas chegaste e foste-te embora e nem despedir-me de ti eu consegui. Foi um adeus de uma só sílaba. Foi um adeus de um só lado. Foi um adeus sem qualquer resposta. Todos os sacrifícios em vão, postos de lado pela incerteza de um amor incerto. Continuas-me a lembrar o quão efémero algo pode ser através da percepção que me é dada deste fim garantido, que já se avizinha, ou que talvez, tenha mesmo já acontecido sem eu dar conta. Em outros tempos, nem eu próprio me dei conta do que fui e do que poderia ter sido por ti. Em tempos de guerras, nos protejamos antes que balas nos matem. Em tempos de sofrimento, nos esqueçamos daquilo que não chegamos a ser. Não tinha medo de lutar; tinha, pois, medo de quem podias vir a ser depois da batalha final. 
Atravessámos a ponte juntos. Quase que chegámos ao fim, não fossem as cordas darem de sim, face ao largo peso das nossas consciências, que nos consumiam asperamente. 
As ínfimas e irracionais esperanças de voltares continuam latentes ao meu ser; não me ensinaste a esquecer-te. Aqueles sonhos que outrora tentaste realizar, podeis agora ver que se tornaram irrealizáveis, pelo tempo volvido. Mas, como vontade supra-suma, quero-te, mas, principalmente, quero-te bem.»

1 comentário:

Diamantes.

driving u slow


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